O acordo fechado com a Caixa Econômica Federal no encerramento da Campanha Nacional 2016 assegurou a manutenção de duas importantes conquistas: a PLR Social e a Promoção por Mérito. Ambas foram conquistas da campanha de 2010 e tinham como objetivo de valorizar os trabalhadores por exercer tarefas relacionadas aos programas sociais do governo federal. Mas, desde então, foram mantidas somente em razão da mobilização dos bancários. A PLR Social tem estado sob ameaça desde sua criação e, durante as negociações específicas e no início da campanha deste ano, a empresa não fazia menção à continuidade do seu pagamento.
“Foi um embate duro que tivemos no processo de negociação, mas conseguimos, por mais dois anos, a PLR Social no formato como foi criada, sem que houvesse a implantação de metas, como o banco queria inicialmente. A PLR Social anda de mãos dadas com o papel social da Caixa. Qualquer comparação da rentabilidade com bancos privados acaba por ser uma defesa da sua privatização, uma vez que a instituição é responsável por diversos programas sociais. Defender a Caixa 100% pública é fazer a defesa também da PLR Social”, destaca o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Dionísio Reis.
A PLR Social garante a distribuição do equivalente a 4% do lucro líquido da Caixa, de forma linear para todos os empregados. “A PLR como se conhece hoje foi conquistada em 2003. Antes, o que existia na Caixa era a chamada PRX, um plano atrelado ao cumprimento de metas, que deixava a maioria dos trabalhadores sem receber nada. Já a PLR Social é uma forma de reconhecer o esforço e a dedicação de todos os empregados, sem diferenciação, que se tornaram essenciais para o sucesso de programas sociais como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida”, enfatiza o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
Promoção por mérito
Além de todas as conquistas econômicas, previstas no acordo bianual – como o reajuste nos salários de 8% mais abono de R$ 3.500, pago uma única vez, em 2016, mais reposição da inflação e 1% de aumento real para salários e os reajustes das demais verbas em 2017 – os empregados da Caixa garantiram outro benefício que trará reflexos nos salários. Trata-se da promoção por mérito.
Assim como tem ocorrido com a PLR Social, o bom desempenho da Caixa tem sido assegurado com muita luta dos trabalhadores. A empresa deu sinais de querer acabar esta conquista de 2008, na unificação dos Planos de Cargos e Salários (PCSs). Em 2014, por exemplo, o banco não discutiu a sistemática e somente com muita pressão os empregados conseguiram o pagamento um delta para os promovíveis e a inclusão da sistemática no ACT de 2015.
Em 2015, a Comissão Paritária do Plano de Cargos e Salários (PCS) debateu as regras da promoção por merecimento que trouxeram avanços significativos. No ano passado, dos 91.928 trabalhadores considerados promovíveis, 63.520 (69,1%) receberam um delta e 14.991 (16,3%) foram contemplados com dois deltas. No caso das referências do PCS de 2008, por exemplo, cada delta representou 2,33% de aumento nos salários.
A mesma sistemática adotada em 2015 já está assegurada também para 2016, com pagamento dos deltas em janeiro de 2017. O modelo prevê uma pontuação máxima de 70 pontos. Os critérios objetivos foram distribuídos da seguinte forma: 20 pela conclusão de 30 horas anuais de módulos da Universidade Caixa, cinco pontos pela participação no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e outros 15 pontos para a frequência medida pelo Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon).
A sistemática também considerou critérios subjetivos, que garantiram até 20 pontos. Cada empregado indicou de dois a oito colegas da sua unidade – preferencialmente da sua equipe – que atenderam aos critérios de avaliação ,como relacionamento no ambiente de trabalho e contribuição para a solução de problemas. A distribuição dos 20 pontos variou em função do número de indicações, que tiveram relação com o número de indicações recebidas. Foi garantida também a pontuação extra de 10 pontos para iniciativas de autodesenvolvimento.
“A promoção por mérito é uma das mais relevantes conquistas dos trabalhadores do banco e resultado de um longo processo de negociação. Todos os anos, nossa mobilização tem sido decisiva para manter a conquistas dos deltas”, lembra o vice-presidente da Fenae, Cardoso.
Fonte: Fenae Net