Campanha Não Mexe no meu BB conta com ampla base de apoio do parlamento e da sociedade civil, contra sanha privatista do governo de extrema-direita
São Paulo – Parlamentares da oposição à extrema-direita de Bolsonaro e bancários lançaram a campanha Não Mexe no meu BB. A intenção é de criar uma frente de luta contra o entreguismo do governo, que pretende privatizar uma série de estatais. Não apenas o banco está sob a cobiça do mercado, mas também entidades relacionadas, como a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, a Previ.
“Sem essa campanha não teremos nem a Cassi (plano de saúde dos trabalhadores do BB) nem a Previ e tampouco as entidades de representação específicas de representação dos funcionários do Banco do Brasil”, disse o presidente da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb), Reinaldo Fujimoto. A Associação foi responsável por solicitar ao Congresso uma sessão em defesa do BB, realizada na quinta-feira (22).
O aceite para o pedido da Anabb veio dos parlamentares Erika Kokay (PT-DF) e Pompeo de Mattos (PDT-RS). A sessão contou com a participação de mais de 400 pessoas, incluindo parlamentares de diferentes partidos, e até da base aliada de Bolsonaro.
A privatização dos bancos públicos possui ampla rejeição na sociedade. De acordo com pesquisa divulgada no Instituto Data-Poder360, nesta semana, 67% dos brasileiros são contrários à entrega do BB. Já 77% defendem a importância do banco para o país.
Desenvolvimento sustentável
Os bancos públicos são apontados como essenciais para o desenvolvimento sustentável do país, visto que atuam em setores pelos quais as instituições privadas não se interessam, diante da baixa lucratividade. Por exemplo, investimentos e projetos sociais, e universalização do acesso aos serviços bancários. “Ajudamos o país a crescer e a se desenvolver em diversos setores. Podemos afirmar, com toda a certeza, que o Banco do Brasil é o motor do crescimento econômico e da geração de riqueza do Brasil”, explicou Fujimoto.
Mesmo com tais funções essenciais à inclusão social, os bancos públicos não dão prejuízos aos cofres públicos. “Temos gerado resultados satisfatórios para o Tesouro Nacional e aos acionistas privados e com excelentes indicadores de governança atestados pelo Banco Central, pela Corregedoria Geral e pelo Tribunal de Contas da União. Mas, não podemos nos esquecer de que os principais donos do Banco do Brasil são os brasileiros e não os banqueiros”, completou o bancário.
Erika Kokay, vestindo uma camisa da campanha em defesa do BB, lembrou que o banco é de cada um e de cada uma dos brasileiros. “É meu BB, seu, dele, de cada um de nós. Temos de cuidar dessa instituição.”
Tanto a deputada como Pompeo de Mattos, antes da carreira parlamentar foram bancários da Caixa e do BB, respectivamente.
O representante da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, que auxilia a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações, Wagner Nascimento, deixou uma tarefa para todos que participam da luta em defesa do BB. “Ir a todos os gabinetes para conversar com os parlamentares e convencê-los da importância do banco para o desenvolvimento do país. Com esta sessão, demos um grande passo nesta direção. Os deputados e senadores sabem da importância do banco para seus estados e para suas regiões. Eles podem auxiliar nas negociações, tanto com o banco quanto com o governo.”
Com informações da Contraf-CUT / Paulo Flores, da Anabb e do PT da Câmara