Comando Nacional rejeitou na mesa a proposta, que faz retroceder a PLR aos patamares de 1995
- Com queda do lucro líquido dos bancos, PLR já terá redução de 25%
- Percentual da parcela adicional retornaria ao patamar de 2012
- Acelerador da regra básica retornaria ao patamar de 2007
- Próxima reunião de negociação será quinta-feira (20)
O Comando Nacional d@s Bancári@srejeitou a proposta apresentada nesta terça-feira (18) pelos representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reduzir a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da categoria. Com a queda do lucro líquido dos bancos, a PLR dos bancários já teria uma redução de até 25%. A proposta da Fenaban faz essa redução chegar a até 48%.
A redução da PLR proposta pelos bancos significaria um retrocesso aos patamares de 1995, quando a PLR foi negociada em acordo pela primeira vez. “A conjuntura deste ano já reduziu em 25% a PLR d@sbancári@s. Com essa proposta, as perdas chegam a quase metade da PLR. É completamente inaceitável.”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional.
Para Juvandia, os bancos deveriam ter uma postura oposta, de compensar a redução de 25% na PLR determinada pela queda nos lucros e socorrer a categoria bancária nessa pandemia. “São trabalhadores que estão na linha de frente, para atender a população, arriscando suas vidas e a de seus familiares, completou a presidenta da Contraf-CUT.
Reduções na PLR
A proposta da Fenaban reduz de 7,2% para 7% o limite mínimo de distribuição do lucro líquido no primeiro semestre em exercício. As reduções não param. A antecipação atual é de 54% do salário, mais fixo de R$ 1,474,38, com limite individual de R$ 7.909,30. Na proposta dos bancos, ficaria em 43,2% do salário, mais fixo de R$ 1.179,50, com limite individual de R$ 6.327,44.
A regra básica da PLR anual tem atualmente 90% do salário mais fixo de R$ 2.457,29, com limite individual de R$ 13.182,18. Pela proposta da Fenaban, cairia para 72% do salário mais fixo de R$ 1.965,50, com limite individual de R$ 10.545,74.
Outras perdas também foram apresentadas na reunião. O percentual da parcela adicional, por exemplo, retornaria ao patamar de 2012. Os valores fixos teriam redução de 20%, retornando ao patamar entre 2014 e 2015. O acelerador da regra básica retornaria ao patamar de 2007.
A Fenaban também faz ajustes na redação na base de cálculo para o salário base acrescido das verbas fixas de natureza salarial. A mudança, no entanto, afeta bancári@s de vários estados onde os bancos pagam gratificação semestral. Nesses estados, as perdas chegariam perto de 50%. “Nesse caso, seria uma redução ainda maior porque os bancos já aplicam tabelas salariais diferentes nessas regiões”, observou Juvandia.
Proposta incompleta
Outro problema levantado na reunião desta quinta-feira (18) foi o fato de a Fenaban ter apresentado apenas uma proposta incompleta diante das reivindicações da categoria. Os representantes dos bancos preferiram discutir apenas PLR, deixando de lado pontos como aumento real de salário, emprego, saúde e contratação do teletrabalho. “É importante ter uma visão do quadro como um todo. Cobramos proposta global para a próxima rodada nesta quinta-feira, com garantia de todos os direitos e aumento real”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT.
Os representantes da Fenaban se comprometeram a apresentar o restante de suas propostas para a negociação na próxima reunião, marcada para quinta-feira (20). “@s bancari@s vão ficar muito insatisfeit@s pois chegamos a essa negociação e recebemos dos bancos uma proposta que reduz a quase metade a PLR. Vai frustrar bastante a categoria”, avaliou Juvandia Moreira.
Fonte: Contraf-CUT.