A mobilização em defesa das estatais será intensificada nesta semana. Com o fim do recesso do Congresso Nacional nesta terça-feira (2), o Projeto de Lei polêmico pode ser incluído na sessão de abertura dos trabalhos, trata-se do projeto conhecido como o Estatuto das Estatais, o PLS 555/2015, que tem o objetivo de abrir o capital das empresas públicas ao capital privado.
Centrais sindicais intensificam mobilizações em defesa das empresas públicas
Diante dos riscos da votação do projeto, entidades do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas (CUT, CTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Nova Central, Fenae e FUP) se reúnem no acesso ao Anexo II do Senado, em Brasília (DF), nesta terça-feira (2).
Dia Nacional de Luta
Definido no Seminário sobre o PLS 555/2015, no último dia 27 de janeiro, o Dia Nacional de Luta em Defesa das Empresas Públicas será realizado nesta quarta-feira (3). Neste dia é importante que as entidades promovam o debate e atividades em suas bases e divulguem em suas redes sociais a hashtag #NãoaoPLS555.
“Graças ao que fizemos até agora, conseguimos evitar a votação do PLS 555 no ano passado. Agora, é hora de intensificar as ações. Diante desse Congresso conservador que temos, onde a lógica privatista está ganhando espaço, nossa mobilização torna-se ainda mais importante. O chamado Estatuto das Estatais não é de interesse dos brasileiros, pois vai prejudicar, entre outros, o papel social de bancos públicos, como Caixa e BNDES, e de empresas dos setores elétrico e agropecuário, por exemplo”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
De acordo com Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Juventude da Contraf-CUT e funcionária da Caixa, o projeto atinge diretamente empresa como a Caixa Econômica Federal colocando em risco os programas sociais. “Precisamos intensificar as mobilizações no sentido de sensibilizar para os problemas que este projeto trará para o desenvolvimento do nosso país. Não podemos aceitar correr este risco, que implica em diminuir a importância das empresas públicas”, ressaltou Fabiana.
“O motor propulsor que embala esse projeto é a mídia. O discurso da imprensa, a imagem vendida, é de que a privatização pode moralizar a gestão nas empresas públicas. Já existem mecanismos para isso. Não podemos permitir a volta do pesadelo da década de 1990, quando muitas empresas foram privatizadas. Caixa, BNDES, Petrobras, Correios e outras devem estar a serviço da população, sobretudo das mais carentes. Faremos de tudo para vencer essa batalha contra essa proposta absurda”, avisa Maria Rita Serrano.
O perigo do PLS 555
Na verdade o PLS 555 pode ser chamado como o Estatuto da Desestatização. O projeto determina que as empresas públicas serão constituídas sob a forma de S.A. (Sociedade Anônima), permitindo a participação do capital privado. A proposta foi apresentada como parte da Agenda Brasil proposta pelo Senado. É um substitutivo ao PL 167/2015, do senador Tasso Jereissati (PSDB), e uma referência ao PLS 343/2015, do senador Aécio Neves (PSDB).
No seminário do dia 27 de janeiro, Luiz Alberto dos Santos, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, enumerou os principais problemas do projeto. “Para começar, existe vício de iniciativa, pois legislar sobre organização da administração pública é competência exclusiva da União. Também há limitação dos órgãos societários e engessamento da atuação social das estatais”, explanou.
Orientações para mobilização
A Contraf-CUT orienta as entidades filiadas, sindicatos e federações a se engajar, informando-a sobre as ações desenvolvidas. Deve-se encaminhar a criação de comitês estaduais de mobilização e defesa das empresas públicas para ampliar a luta. Além das informações divulgadas pelos veículos de comunicação das entidades membros do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, está disponível o hotsite www.diganaoaopls555.com.br. Nas redes sociais, devem ser feitas postagens usando a hashtag #NãoaoPLS555.