Juro, de 308,7% ao ano, nunca foi tão alto desde que começou a ser medido pelo Banco
Central em 1994
Brasília – A taxa de juros do cheque especial bateu um recorde: subiu 7,9 pontos percentuais, de março para abril, para 308,7% ao ano. É a maior da série histórica medida pelo Banco Central desde julho de 1994. Já a taxa de juros
do rotativo do cartão de crédito caiu 0,8 ponto percentual. Mesmo assim, continua sendo a mais alta das pesquisadas pelo BC: em abril, ficou em 448,6% ao ano. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão.
Em 12 meses, a taxa de juros do cheque especial subiu 82,8 pontos percentuais, a do rotativo do cartão de crédito, 101,2 p.p., enquanto a do crédito pessoal, 17,8 p.p. A taxa média das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados subiu 4,8 pontos percentuais e ficou em 150,7% ao ano.
No crédito pessoal o aumento foi de 4,6 pontos percentuais para 130,8% ao ano. Já a taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) caiu 0,2 p.p., para 29,7% ao ano. A média de juros cobrada das famílias subiu 1,6 pontos percentuais, de março para abril, quando ficou em 70,8% ao ano. A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias para pessoas físicas, ficou estável em 6,2%.
No caso das empresas, a taxa de inadimplência ficou em 5,1%, alta de 0,2 p.p. A taxa média de juros cobrada das pessoas jurídicas ficou estável em 31,1% ao ano. Esse é o percentual mais elevado dessa série histórica, com início em março de 2011. Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) a taxa de juros para as pessoas físicas ficou em 10%, queda de 0,1 ponto percentual. A taxa cobrada das empresas caiu 0,3 p.p. para 11,6% ao ano. A inadimplência das famílias ficou em 2,1% e das empresas em 1,2%, com alta de 0,2 p.p.