A negociação sobre PLR aconteceu na manhã desta segunda-feira e a FENABAN não apresentou proposta. O setor que acumula lucros 190% acima da inflação entre 2013 e 2021 precisa distribuir resultados de maneira proporcional, mas os banqueiros, como sempre, relutam em dividir.
Os números não mentem: só no primeiro trimestre deste ano o lucro dos maiores bancos foi 15,4% maior que no mesmo período de 2021. Não se trata do lucro obtido com as operações, mas do aumento da lucratividade em comparação com o ano anterior. Não por acaso, entre as empresas do setor financeiro com ações na bolsa de Nova Iorque, há quatro bancos com operações no Brasil entre os dez mais rentáveis. “Os bancos brasileiros cobram taxas de juros altíssimas e tarifas que pesam para o cliente, e ainda praticam o terceiro maior spread bancário do mundo. Este lucro vem da sociedade e não retorna”, argumenta a presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso.
Ao final das campanhas salariais, o Dieese calcula quanto dinheiro os reajustes e a PLR injetam na economia. O aumento do consumo traz incremento da produção e geração de empregos. “Aumento real e PLR compatíveis com a lucratividade do setor dão um gás para a economia como um todo, é bom para todo mundo”, pondera Adriana.
A Fenaban já se reuniu com o Comando Nacional por nove vezes desde 15 de junho, quando foi entregue a minuta de reivindicações. Até agora, em oito rodadas, nada foi apresentado. Os banqueiros costumam ouvir primeiro e só então apresentar uma proposta global, o que deve acontecer na próxima reunião, marcada para esta quinta-feira, dia 11, às 14h. “Este é o momento de construir a mobilização dos bancários e bancárias. Nossa convenção coletiva tem validade até dia 31 e precisamos assinar o novo Acordo o mais rápido possível”, destaca a presidente da Federa-RJ.
A orientação do Comando Nacional dos Bancários é usar as redes sociais para pressionar a Fenaban a apresentar respostas satisfatórias às reivindicações da categoria. “Vamos movimentar o ambiente virtual com a hashtag #QueremosProposta e mostrar aos banqueiros que estamos dispostos ao que for preciso para manter e ampliar nossos direitos”, convoca a sindicalista.
Fonte: Federa RJ