Atos contra juros altos ocorrem em todo o Brasil

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Presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, participa da manifestação em São Paulo

Atos dos trabalhadores contra as altas taxas de juros da economia brasileira estão acontecendo em todo o país, nesta terça-feira (20), dia em que começa a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) para definir a taxa básica de juros, a Selic. Hoje, o índice está em 13,75% ao ano, o que leva o Brasil a ter o juro real mais elevado em todo o mundo.

As manifestações, que fazem parte da Jornada de Lutas contra os Juros Altos, ocorrem em frente às sedes do BC e locais de grande circulação. O objetivo é pressionar Roberto Campos Neto, presidente da autoridade monetária, a parar de boicotar o Brasil e reduzir a taxa de juros que, nos patamares atuais, tem travado a economia.

Os protestos são organizados pela CUT e outras centrais, como Força Sindical, CTB, UGT, CSB, NCST, CSP Conlutas, Intersindical e A Pública. Também estão mobilizadas entidades sindicais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), além de movimentos sociais.

Para a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, que participa dos protestos em São Paulo, “os sindicatos têm o papel de defender o emprego, para que o trabalhador tenha emprego de qualidade”. Como explica a dirigente, “a taxa de juros, que é definida pelo BC, tem o poder de gerar emprego ou de causar desemprego. Quando está muito alta, como agora, ela impede a geração de emprego. Porque, com a taxa tão alta, as pessoas não conseguem comprar, não conseguem financiar uma casa, porque vão pagar duas. Elas não vão financiar um carro, porque metade do preço vai ser de juros”.

As consequências dos juros muito altos são catastróficas para a economia, como explica Juvandia, “pois causam desemprego, impedem o investimento produtivo, que gera emprego e renda, e transfere dinheiro da população para os especuladores e para os ricos, que investem nos títulos da dívida pública. É por isso que falamos que o Campos Neto está a serviço dos banqueiros, do mercado financeiro, contra o povo brasileiro”, critica a dirigente.

O quadro atual da economia, por causa da Selic nas alturas, é muito preocupante, como ressalta a presidenta da Contraf-CUT. “O que acontece é que os estoques das lojas estão cheios, os pátios das montadoras estão cheios, e isso é uma ameaça de desemprego. E por que os pátios estão cheios? Porque está muito caro financiar um carro. A mesma coisa com a casa, com a geladeira. Você compra uma geladeira financiada, acaba pagando uma geladeira e meia”, diz.

Gastos públicos

Outra questão é a capacidade de investimento público, que fica muito reduzida com as altas taxas, pois os gastos com os serviços da dívida pública crescem muito. “O Governo Federal está gastando mais de R$ 600 milhões por ano, só com juros. Assim, deixa de investir em rodovias, escolas, saúde e educação, ou seja, onde é necessário para a população e gera emprego e renda. Por isso, nós todos temos que cobrar do presidente do BC, o Campos Neto, que foi colocado lá pelo Bolsonaro, que pare de boicotar o povo brasileiro, e faça a política de geração de emprego e renda”, continua Juvandia.

Trabalhadores no Senado

Em seu discurso, a dirigente também comentou a ida de representantes da classe trabalhadora ao Senado, nesta quarta-feira (21). “Estaremos junto aos parlamentares que criaram a Frente Parlamentar Mista pela Redução dos Juros, cobrando a redução das taxas. Também conversaremos com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para pedir que ele também cobre, com sua autoridade, a redução de juros ou então que exonere o Campos Neto, porque o Senado pode demitir o presidente do BC, caso ele não cumpra sua missão, como está acontecendo. Temos que gritar, sim, ‘fora Campos Neto’, nas ruas, no Congresso Nacional, nas redes sociais, em todos os lugares”, conclui.

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Fonte: Contraf-Cut

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