Evento, com shows e atividades culturais, reuniu centenas de trabalhadores cariocas do ramo
A Festa da Consciência Negra, realizada pelos bancários cariocas, no sábado (25), reuniu centenas de trabalhadores do ramo financeiro. O evento, na sede campestre do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, em Jacarepaguá, teve show da banda Lei Caô, de samba raiz e sucessos retrô.
Para o diretor Cultural do Sindicato, Gilberto Leal, “é sempre uma satisfação promover um evento que traz alegria a toda a família bancária, e este é um evento muito especial, em que ressaltamos nossa luta contra o racismo”. O diretor de Políticas Sociais da entidade, Robson Santos, criticou os bancos por falta de contratação e ascensão profissional de negras e negros no setor. “Somos a maioria da população brasileira e quase não se vê pretos e pretas trabalhando nos bancos, especialmente nos cargos de liderança”, ressaltou o dirigente.
O secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, lembrou que “o Mês da Consciência Negra é o momento para celebrar a resistência de Zumbi dos Palmares, que foi assassinado em 1695. Quando falamos em consciência negra, falamos em entender o sofrimento daquele povo que era livre na África e foi sequestrado para trabalhar forçadamente aqui”.
Almir relacionou a conjuntura social atual do Brasil com a opressão histórica aos povos negros. “O último governo era totalmente racista, e em consequência todos os dias quando ligamos a televisão, vemos a notícia de um caso de racismo. Então, o debate sobre o racismo não pode se restringir ao mês de novembro, temos que fazê-lo todos os dias. Por que os bancos ainda insistem em não contratar negros e negras de acordo com sua proporção na população brasileira?”, questionou.
O secretário também falou da questão cultural que envolve o racismo estrutural no Brasil. “Mais negros e negras precisam ser contratados. A população negra é muito grande e tem que ser representada no mercado de trabalho. Ninguém nasce odiando alguém pela cor da pele ou por sua religião. E se essa pessoa pode aprender a odiar, ela pode aprender a amar. Então, precisamos fazer essa discussão dentro de casa, para que nossas crianças possam crescer não odiando pela cor da pele. Aí, sim, vamos lutar por uma sociedade justa e igualitária, e sem racismo”, concluiu.
Fonte: Contraf-Cut