Em reunião nesta sexta-feira (24/9) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) o Comando Nacional dos Bancários reivindicou o adiamento do retorno ao trabalho presencial. Os dirigentes lembraram que a Fenaban firmou acordo no qual se comprometeu a só voltar ao presencial após uma negociação sobre a situação da pandemia da covid-19. Mas não é o que está acontecendo, já que os bancos estão decidindo individualmente quando e como voltar.
O presidente do Sindicato, José Ferreira, assinalou que o quadro ainda é muito grave para fazer a mudança. “Queremos que os bancos revejam as decisões sobre o retorno ao trabalho presencial. Percebemos que o ritmo de vacinação ainda está distante do recomendado pelos cientistas. Aqui no Rio de Janeiro ainda há o agravante de duas novas variantes e o número de óbitos voltou a crescer”, frisou.
A Fenaban, no entanto, insistiu em que o assunto deva ser tratado banco a banco já que não conseguiram fechar a questão de forma coletiva. “Vamos também cobrar individualmente dos bancos a responsabilidade com a saúde e a vida de bancários e clientes”, afirmou Ferreira.
Juvandia Moreira coordenadora do Comando e presidenta da Contraf-CUT lamentou o fato da Fenaban não assumir como sistema o debate sobre temas como a vacinação e o retomo com segurança dentre outros. Apesar disto, a Fenaban marcou para a próxima sexta-feira (1/10), reunião especifica com o Coletivo de Saúde do Comando Nacional, coordenado pelo Secretário de Saúde da Confraf-CUT, Mauro Salles.
O Brasil registrou 661 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total para 593.018. Com isso, a média móvel de mortes apresentou alta pelo segundo dia seguido. Em média, morreram 534 pessoas nos últimos sete dias, o que indica uma tendência de alta de 18% na comparação com 14 dias atrás. Desde ontem, o país voltou a apresentar aceleração na média móvel, uma tendência que não tinha desde 21 de junho.
Pesquisa
Na reunião o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apresentou pesquisa realizada na categoria bancária em parceria com a Contraf-CUT sobre diversas questões relativas ao home office. O levantamento pode ser considerado um dos maiores do mundo sobre o tema devido ao número de informações e de participantes: 12.979 bancários.
A pesquisa tratou de temas como testagem em massa; condições de trabalho em home office; fornecimento de materiais, mobiliário e equipamentos; respeito à jornada de trabalho; e se as horas extras estão sendo remuneradas. A pesquisa também levantou dados sobre as sequelas da covid-19.
A Fenaban solicitou que a coordenação do comando junto com o Dieese fizesse a apresentação da pesquisa em reunião dos executivos de recursos humanos dos bancos na tarde dessa sexta-feira, o que foi aceito de imediato dada a importância dos temas tratados.
Fonte: SEEB RJ