Mobilização virtual visa proteger trabalhadores do coronavírus e contará com a participação de vários artistas, além de Lula, Dilma e Haddad.
A mobilização do Dia Internacional do Trabalhador, na próxima sexta-feira, 1º de maio, será realizada a partir das 11h30 pela CUT, em conjunto com as demais centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, por meio das redes sociais.
Em convocatória divulgada nesta quarta-feira (29), para os sindicatos, federações e confederações filiadas, CUTs estaduais, ramos, militantes, trabalhadores e trabalhadoras, a Executiva Nacional da CUT falou sobre o ineditismo do formato da mobilização, que será pela Internet, ressaltando a importância do isolamento social para conter a disseminação do novo coronavírus, que já infectou mais de 3 milhões de pessoas no mundo.
A ideia da CUT e demais centrais, de acordo com a convocatória, é que milhões de pessoas participem deste dia de solidariedade de classe e que fique em destaque a pauta da classe trabalhadora em defesa da vida e da saúde, dos direitos sociais e trabalhistas, dos salários e empregos.
Para a CUT, a luta, que é também pela democracia e por um projeto de Nação, pressupõe o fim do governo de Jair Bolsonaro e se traduz no “Fora, Bolsonaro!”.
De acordo com a Secretária-Geral da CUT, Carmen Foro, com Bolsonaro não há democracia, não há empregos, saúde, educação nem políticas sociais. Com Bolsonaro, reforça a dirigente, não há tolerância muito menos solidariedade. Por isso, diz, a solidariedade é um dos temas importantes deste 1 de Maio, assim como o “fora, Bolsonaro”.
“Durante a transmissão ao vivo da mobilização, os sindicalistas, autoridades e artistas convidados, que gravarão suas mensagens e músicas, vão pedir a quem tiver condições, a doação de alimentos e produtos de higiene para os mais necessitados”, explicou Carmen.
Artistas confirmados
Segundo a secretária, entre os artistas que já confirmaram participação neste 1º de Maio Solidário estão Chico César, Zélia Duncan, Otto, Preta Ferreira, Dexter, Delacruz, Odair José, Leci Brandão, Aíla, Preta Rara, Mistura Popular, Taciana Barros, Francis Hime e Olivia Hime, entre outros.
Até quinta-feira (30), as centrais divulgarão a grade completa da programação, todas as informações técnicas, além de detalhes da campanha de solidariedade.
Convocatória destaca cenário atual
A convocatória da CUT também destaca que as políticas neoliberais, de redução do papel do Estado, sucateamento da área da saúde e extinção ou redução de programas sociais contribuem para que os efeitos da pandemia sejam mais cruéis para os mais pobres e vulneráveis do país.
E os brasileiros, diz a convocatória, estão em uma situação mais grave ainda porque, além da falta de investimentos em áreas essenciais como saúde, saneamento e educação, têm um presidente que nega a pandemia, que chama de gripezinha e aproveita a emergência sanitária para tirar direitos dos trabalhadores, como é o caso da Medida Provisória (MP) 936 que autoriza redução de jornada e de salário e suspensão dos contratos de trabalho.
Confira a íntegra da convocatória:
Convocação 1º de Maio
Companheiros e companheiras,
A Executiva Nacional da CUT convoca nossos sindicatos, federações e confederações filiadas, CUTs estaduais, ramos, todos os nossos militantes e a classe trabalhadora à mobilização para o 1º de Maio de 2020, Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora, cujas atividades serão realizadas de forma unitária com as demais centrais sindicais, frentes e movimentos populares a partir das 11 horas e 30 minutos.
Pela primeira vez na história do movimento sindical mundial não haverá mobilizações nas ruas e praças ao redor do planeta, em função do confinamento que atinge mais de 4,5 bilhões de pessoas por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Uma tragédia nunca vista por nossa geração e que já matou mais de 200 mil pessoas, em sua esmagadora maioria trabalhadoras, trabalhadores e a população mais carente.
Esses efeitos da pandemia não se devem ao acaso, mas sim à aplicação nos últimos anos, por parte de governos a serviço dos interesses das grandes corporações e do mercado capitalista, de políticas que sucatearam a saúde pública e universal, desmontaram a proteção social e atacaram as condições de vida das amplas massas, aumentando o desemprego e as desigualdades sociais, concentrando a renda nos bolsos de 1% da população mundial. A esse quadro já existente quando iniciou a pandemia, junte-se o descaso de governantes que não deram a devida importância à crise sanitária, expondo irresponsavelmente grande parte do povo ao vírus, que hoje contabiliza mais de três milhões de infectados no mundo.
No Brasil, a irresponsabilidade do governo Bolsonaro chega ao extremo. Mesmo diante de todas as evidências do que se passa no mundo, ele continua a minimizar os efeitos do coronavírus para a população. Não satisfeito, se aproveita da situação para avançar na destruição dos direitos sociais e trabalhistas, atacando e tentando criminalizar a organização dos trabalhadores e dos movimentos populares.
Por tudo isso, nesse 1º de Maio, temos o desafio inédito de realizar, de forma virtual como impõe a situação, uma grande manifestação que atinja milhões de pessoas em todo país e coloque na ordem o dia a solidariedade de classe, a pauta da classe trabalhadora em defesa da vida e da saúde, dos direitos sociais e trabalhistas, dos salários e empregos.
Para a CUT, essa pauta da classe trabalhadora dá conteúdo à luta pela democracia e pelo fim do governo Bolsonaro, como decidido em nosso 13º CONCUT, que hoje se traduz no Fora Bolsonaro!
Na programação unitária do 1º de Maio teremos a participação de movimentos populares, personalidades e artistas que sempre estiveram ao lado da classe trabalhadora em sua luta, bem como a de sindicalistas de outros países, dando o caráter internacional dessa manifestação de classe. Nos convites da CUT para a participação através de mensagens de vídeo, além das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, destacamos a participação do ex-presidente Lula, da ex presidenta Dilma, da presidenta do PT Gleisi Hoffmann e Fernando Haddad dentre outros parceiros históricos da nossa central.
A programação detalhada será enviada ao longo da semana, mas o trabalho de mobilização deve começar imediatamente em nossas bases, para garantir o máximo de participação possível neste 1º de Maio Solidário e de Luta e dar uma resposta contundente aos ataques desferidos contra a classe trabalhadora por esse governo e seus aliados no Congresso Nacional.
Todos e todas ao 1º de Maio Solidário!
Em defesa da saúde, empregos e renda!
Fora, Bolsonaro, Governo da Morte!
Saudações CUTistas,
Sérgio Nobre Carmen Foro
Presidente Secretária Geral
Fonte: Contraf-CUT.