Entre as ações previstas, está agendada uma grande mobilização nas redes sociais para o dia 25 de fevereiro e, para o dia 2 de março, o Dia Nacional de Luta
A “negociação” de 28 de janeiro, mais uma vez, expôs a disposição da Caixa Econômica Federal de descumprir as cláusulas previstas nos dois últimos Acordos Coletivos de Trabalho (ACT). Na reunião da mesa permanente, representantes do banco insistiram em respostas evasivas, num total descaso com os trabalhadores. Por isso, não resta outro caminho senão se mobilizar. Em 2 de março, por orientação da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), será realizado um Dia Nacional de Luta contra o desrespeito da Caixa com a categoria.
“O posicionamento do banco representa um total desrespeito à categoria. As medidas da atual gestão são contrárias à importância do banco para o país”, critica Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa. A Comissão recomenda que sindicatos e federações realizem ações de mobilização e que os materiais das entidades exijam uma nova postura da direção da empresa. Além do dia de luta, em 25 de fevereiro será feita uma grande mobilização nas redes sociais. As orientações serão divulgadas nos próximos dias pela CEE/Caixa.
O diretor do Sindicato e integrante da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), Dionísio Reis, acrescenta que o banco descumpriu a cláusula 50 do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de 2014 que determinava a contratação de mais 2 mil funcionários até o final de 2015. Mesmo com essas sucessivas reduções no quadro e seus reflexos danosos, os representantes do banco afirmaram: não haverá novas contratações.
“Não aceitamos essa política que aumentará a sobrecarga e o adoecimento entre os trabalhadores. Nossa resposta será a mobilização, com protestos, além de intensificar, junto à população, a coleta de assinaturas por mais empregados”, afirma Dionísio Reis. “Não aceitamos esse desrespeito e vamos tomar medidas para que cumpram o acordo. Querer reduzir ainda mais a quantidade de trabalhadores está na contramão do que vem sendo debatido pelo governo federal para que haja mais oferta de crédito. Para fazer isso, os bancários têm de ter condições adequadas de trabalho nas agências e departamentos.”
Quanto às medidas da atual gestão contrárias à importância do banco para o País, a opinião dos representantes dos empregados é de que é preciso fortalecer a empresa e assegurar melhorias nas condições de trabalho. “O enxugamento do quadro funcional compromete a atuação da Caixa, e essa não é a empresa que queremos e que a sociedade precisa. Lutamos por um banco 100% público, que respeite seus trabalhadores e que contribua para o desenvolvimento econômico e social do país”, disse Eliana Brasil, presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e integrante da CEE.
Dionísio Reis, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e também membro da CEE/Caixa, avisa: “A resposta dos trabalhadores à falta de compromisso da Caixa será a mobilização”. Nesse sentido, a orientação da Contraf-CUT, dos sindicatos e das federações, de modo a realizarem duas ações em defesa da Caixa 100% Pública e contra o desrespeito da direção. A primeira deverá ocorrer em 25 de fevereiro nas redes sociais.
Dia 2 de março será dia de luta
Entre as ações previstas para o Dia Nacional de Luta, em 2 de março, está o retardamento da abertura das agências. “Assim que todas as iniciativas forem definidas, divulgaremos amplamente para os trabalhadores. É fundamental que a mobilização ocorra em todo o país. Temos que exigir o cumprimento do que foi acertado em mesa de negociação. Chega de desrespeito!”, diz Fabiana Matheus.
Dos pontos da pauta da negociação de 28 de janeiro, cinco dizem respeito ao descumprimento de questões acertadas com as representações dos trabalhadores. Três são relacionados ao ACT 2014/2015: contratação, destinação do superávit do Saúde Caixa e promoção por mérito. Outros refere-se a uma pendência da campanha salarial 2015: proposta para retorno do Adiantamento Assistencial Odontológico. Outros dois itens em discussão foram: incêndio da agência barco em Curralinho (PA) e reestruturação das GIRETs.