No dia 25 de julho, comemora-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

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No dia 25 de julho, comemora-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Essa data é uma homenagem à luta e resistência das mulheres negras. No Brasil, também celebramos a memória de Tereza de Benguela, conhecida como “Rainha Tereza”, que viveu no século XVIII no Vale do Guaporé (MT) e liderou o Quilombo de Quariterê1. Essa efeméride tem como objetivo dar visibilidade às mulheres afrodescendentes da América Latina e promover políticas públicas para melhorar sua qualidade de vida, além de combater o racismo e a discriminação

Qual é a situação das mulheres afrodescendentes na América Latina?

De acordo com os dados da rodada de censos nacionais de 2010, mencionados no documento “Mulheres afrodescendentes na América Latina e no Caribe”, publicado em 2018 pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e pelas Nações Unidas, o Brasil é o país com a maior porcentagem de população afrodescendente na América Latina e no Caribe com um número de 50,9%.

É seguido por Cuba (35,9%), Porto Rico (14,8%), Colômbia (10,5%), Panamá (8,8%), Costa Rica (7,8%) e Equador (7,2%). Os demais países da região têm porcentagens de população afrodescendente abaixo de 5%.

O documento da Cepal destaca que a situação atual das mulheres afrodescendentes na região revela que ainda existem profundas desigualdades em relação a outros grupos sociais.

Também enfatiza que as mulheres afrodescendentes permanecem invisíveis como sujeitos de políticas diferenciadas, sofrem com a pobreza em níveis geralmente mais altos do que o restante da população, estão sub-representadas ou ausentes nos processos de tomada de decisão e veem seu direito e o de suas comunidades de viver uma vida livre de violência ser mais violado.

Além disso, o documento insiste: “A ausência de afrodescendentes nas estatísticas oficiais dos países funciona como uma forma de reforçar o racismo, na medida em que essa população não se torna visível na sociedade como um todo”.

“Os dados de alguns países da região mostram que, embora tenham alcançado o mesmo nível de educação que seus pares, as mulheres afrodescendentes obtêm rendimentos mais baixos do que homens afrodescendentes, e do que mulheres e homens brancos, demonstrando uma lacuna na renda do trabalho resultante da interseção entre a discriminação étnico-racial e de gênero”.

Por sua vez, a Cepal reconhece a existência de um grande número de mulheres jovens que estão desconectadas dos principais eixos de inclusão social: o sistema educacional e o mercado de trabalho. Como sugere o relatório, isso se deve em grande parte às responsabilidades familiares e de cuidado que são atribuídas a elas.

Em conclusão, a Unesco insiste na necessidade de acabar com a violência racial e a exclusão contra as mulheres afrodescendentes e de combater a intolerância e os estereótipos, o que explica porque esta data é tão importante para as sociedades da América Latina.

Fonte: National Geographic

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