Site espanhol destaca que, além do Brasil, país onde o grupo tem sua maior fatia de lucro, o banco demite também na Espanha, Reino Unido e Portugal
As demissões do Santander, mesmo em um período de crise como a da pandemia de Covid-19, foram notícias na Espanha, país sede do banco. No último dia 6, o site espanhol Diario6 publicou reportagem em que explicita as estratégias perversas do Santander com demissões em massa em todo o mundo, sob a justificativa de fazer “reestruturações”.
Com o título “Banco Santander: la perfecta máquina de ejecutar despidos” (a máquina perfeita de executar demissões), a reportagem informa que empregos também estão em jogo no Reino Unido, Portugal e Espanha, além do Brasil, país onde o grupo extrai sua maior fatia de lucro, como não deixa de destacar o texto . Segue trecho traduzido abaixo:
“No entanto, a Europa não é o único território onde ocorrem demissões. No Brasil, filial que mais beneficia o Grupo Santander, nos momentos mais difíceis da pandemia no país, foi anunciada no Rio de Janeiro, uma reestruturação que afetou 20% da força de trabalho, ou seja, 9 mil trabalhadores. O Santander desmentiu a notícia publicada pela Folha do S.Paulo, segundo a Agência Reuters no dia 10 de junho. No entanto, a organização sindical UNI Global Union emitiu um comunicado 6 dias depois, confirmando as demissões.”
A reportagem lembra também dos métodos desumanos, com o banco demitindo pessoas por telefone. Rita Berlofa, diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo e presidenta da UNI Finanças Mundial – braço do sindicato mundial UNI Global Union, que reúne sindicatos de trabalhadores do ramo financeiro em todo o mundo – é ouvida pelo site espanhol e destaca que as demissões são injustificáveis. “A posição do Santander no Brasil é inaceitável. Num momento em que nos deparamos com uma gravíssima crise política, financeira e de saúde, em que os trabalhadores gostariam de se sentir protegidos, o que vemos é um descaso com os responsáveis pelos exorbitantes lucros e bônus estratosféricos dos executivos . As demissões afetam a sociedade como um todo e contribuem para o agravamento da crise. (…) Queremos mais diálogo social, respeito aos acordos, trabalhadores e sociedade brasileira”, diz.
Fonte: Contraf-Cut