Indignação foi o tom da plenária sobre a campanha salarial da categoria bancária, organizada pela Federa-RJ e sindicatos filiados para informar sobre as negociações. Em 10 rodadas, os banqueiros não apresentaram proposta econômica e negam os problemas relativos a saúde e segurança. Nesta segunda-feira (15), a Fenaban apresentou dados de uma consultoria para questionar a relação entre adoecimento e metas.
“O levantamento foi feito com dados dos RHs dos bancos, enquanto o movimento sindical consulta diretamente a categoria. Nossos levantamentos, inclusive uma pesquisa da Unicamp, provam que a realidade é de adoecimento”, avaliou Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ e integrante do Comando Nacional.
José Ferreira, presidente do Bancários Rio e também membro do Comando, fez coro: “A Fenaban faz malabarismo para sustentar o insustentável.”
Jorge Antônio, presidente do Sindicato de Niterói, cobrou respeito: “O que os bancários precisam entender é que quem valoriza o banco é a categoria.”
Rafanele Alves Pereira, de Campos dos Goytacazes, destacou a estratégia dos banqueiros: “Estão empurrando a negociação para o final do prazo, 31 de agosto, quando termina nossa Convenção Coletiva.”
Foi definida a realização do dia nacional de luta, nas ruas e redes, na próxima sexta-feira (19). Marcos Alvarenga, do Sindicato de Petrópolis, ressaltou que a pauta foi entregue com dois meses de antecedência e que é o caminho é a pressão: “Vamos usar o Twitter, pressionar a Fenaban e dar visibilidade à luta”, convocou.
O presidente do Sindicato de Teresópolis, Claudio Mello, critica a postura dos banqueiros. “As pessoas estão abrindo mão de 10 anos no banco porque não suportam mais, e pedem demissão. É um deboche dizer que a atual cobrança de metas não adoece.”
O aumento do custo de vida foi ressaltado pelo presidente do Sindicato do Sul Fluminense, Júlio Cunha. “ O poder de compra está sendo corroído, mas capacidade de pagamento os bancos têm existe de sobra”, lembrou.
Mais de 150 bancários e bancárias participaram da plenária e todos concordaram em fortalecer a mobilização neste ano decisivo para a categoria e o país. “Não conseguiremos avançar sem derrotar o governo Bolsonaro, que ataca direitos conquistados com muita luta. Temos poder, mas precisamos avançar na atuação na campanha salarial acompanhando a campanha eleitoral”, concluiu Adriana Nalesso.
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