Contratação de concursados, abertura de novas agências e manutenção da mesa permanente de negociação foram algumas das conquistas durante a audiência.
Representantes dos trabalhadores conquistaram compromissos importantes para os empregados da Caixa durante audiência com o presidente e vice-presidentes do banco na manhã desta terça-feira 26. Entre os principais pontos tratados está a manutenção da mesa de negociação permanente, a data para a divulgação do balanço, a contratação de aprovados em concurso e a abertura de novas agências.
Na reunião, as presidentas da Contraf-CUT, Juvândia Moreira, e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, acompanhadas do coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, Dionísio Reis, foram recebidos pelo presidente do banco, Pedro Guimarães, e pelos vice-presidentes de Gestão de Pessoas, Roney de Oliveira Granemann, e de Clientes, Negócios e Transformações Digitais, Valter Gonçalves Nunes.
A audiência foi marcada dias após o Dia de Luta realizado pelos empregados da Caixa, que mostraram em todo o país o seu descontentamento em relação a diversos pontos relacionados à nova gestão do banco.
O primeiro deles tem a ver com a valorização e a manutenção da mesa permanente de negociação e da negociação coletiva, com as quais Pedro Guimarães se comprometeu respeitar e manter.
Sobre as manobras no balanço da Caixa que foram noticiadas pela imprensa, o que afetaria diretamente o lucro do banco e a PLR dos trabalhadores, Guimarães não confirmou as informações e garantiu que o balanço será divulgado até sexta-feira 29, quando na sequência deve ser paga também a PLR dos empregados.
O presidente da Caixa ainda revelou que pretende realizar um Plano de Demissão Voluntária, oportunizando que bancários que já estão aposentados e que terão idade de aposentadoria, por exemplo, se demitam voluntariamente.
“Cobramos também a contratação dos concursados de 2014, em que somos assistentes em uma ação civil pública cobrando a contratação. O presidente afirmou que existe a possibilidade de um acordo no processo, até o limite de contratações estabelecido pela regra atualmente, em que a Caixa pode ter no máximo 87 mil empregados”, conta Dionísio, lembrando que este acordo só aconteceria depois da realização do PDV.
Descomissionamentos
Os dirigentes da Caixa também foram questionados quanto aos descomissionamentos que têm atingido desde a Matriz até os superintendentes. Para Guimarães, o processo tem acontecido com tranquilidade, respeitando as carreiras e sem reclamações. Os representantes dos trabalhadores reforçaram uma antiga reivindicação dos empregados: que os processos seletivos internos e os descomissionamentos tenham critérios transparentes e objetivos, para acabar com as arbitrariedades no processo.
Sobre o fechamento de agências, Pedro Guimarães confirmou que algumas serão realmente fechadas, mas que há planos de abertura de novas unidades, atendendo a cobrança do movimento sindical sobre a importância da Caixa em bairros mais distantes ou cidades pequenas, sem nenhuma outra opção de atendimento bancário. Ele também revelou que serão abertas 7 mil novas lotéricas no país.
O principal ponto de discordância durante a reunião foi relacionado às notícias de privatização do banco. Para o presidente, não há plano de privatização do banco, porém há a intenção de abrir o capital de diversas áreas, como a Caixa Cartões e a seguradora, e que isso seria uma posição do Governo Bolsonaro.
“Nossa posição é que a venda de ativos, das partes mais lucrativas da Caixa, é privatizar o banco. Estamos dispostos a discutir a melhoria das condições de trabalho dos empregados, mas essa divergência não tem como ser vencida, porque entendemos que ela ataca frontalmente o papel da Caixa enquanto banco público, o enfraquece e prejudica o Brasil”, analisou a presidenta do Sindicato, Ivone Silva.
Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo.