Em negociação, movimento sindical conquistou acordo que garante não descomissionamento por desempenho durante a pandemia; anistia de 10% das horas negativas; abonos dos dias 7, 8, 9, 28 e 29 de abril para grupo de risco e coabitantes. Vote online, a partir das 8h da quarta 1º até 22h de quinta
Depois de cobranças do movimento sindical, o Banco do Brasil finalmente apresentou, em reunião por videoconferência na sexta-feira 26, uma proposta de acordo coletivo vantajosa para os trabalhadores. O acordo é emergencial, por conta da pandemia de coronavírus, e prevê: compromisso de não descomissionamento por desempenho enquanto durar a pandemia; anistia de 10% do saldo total de horas negativas a compensar; prazo de compensação de horas negativas de 18 meses; e abono dos dias 7, 8, 9, 28 e 29 de abril para funcionários autodeclarados do grupo de risco e coabitantes (quem mora com pessoas do grupo de risco) que estavam à disposição do banco nessas datas.
O acordo prevê ainda que o período de férias em aquisição, que de acordo com a MP 927 pode ser antecipado no período da pandemia, seja de apenas de 15 dias, ao invés de ser compulsoriamente determinado pelo banco, que na maioria das vezes determina que seja de 30 dias, à revelia do trabalhador.
Para que seja assinado o acordo, a proposta precisa ser aprovada pelos bancários do BB. Por conta da pandemia, a assembleia será virtual, nos dias 1º e 2 de julho.
mas só estará disponível a partir das 8h da quarta-feira 1º, até as 22h de quinta-feira 2. O Sindicato, o Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) orientam pela aprovação do acordo coletivo de trabalho.
O compromisso de não descomissionamento por desempenho terá a mesma validade do decreto de calamidade pública do governo federal, que a princípio é 31 de dezembro. O acordo prevê que caso o decreto seja prorrogado ao final do ano, o compromisso de não descomissionamento consequentemente também será prorrogado.
“Nesse momento de pandemia, que vem refletindo de maneira muito negativa sobre os impactos nos indicadores econômicos relativos ao trabalho no país, é importante a garantia de não redução salarial pela manutenção do comissionamento dos funcionários, e isso está previsto no acordo”, destaca o dirigente sindical da Fetec/Cut-SP e representante da CEBB, Getulio Maciel.
Ele acrescenta que o acordo é uma conquista importante, considerando o quadro de contínua cobrança de metas ainda praticadas pela empresa, mesmo neste momento difícil em que o país se encontra devido à pandemia de covid-19. “Uma vez aprovado, o acordo poderá afastar um pouco a preocupação e a insegurança geradas entre os funcionários, cujo enfoque no trabalho deveria ser orientado principalmente para o atendimento à população e aos clientes, e não para a venda de produtos”, explica.
“Avaliamos, portanto, o acordo de forma positiva, considerando que foi um processo árduo e difícil de negociação, num momento em que os sindicatos têm uma grande preocupação em salvar vidas e garantir a saúde das pessoas, mas no qual os bancos preocupados com lucros e vendas de produtos e serviços”, critica o dirigente.
Fonte: SP Bancários.