“Abril vermelho” deve intensificar mobilizações por todo o país
As manifestações que tomaram conta do país na sexta-feira, 31 de março, deram início à contagem regressiva para a realização da greve geral nacional agendada para 28 de abril. Mais uma vez a população, os trabalhadores e os movimentos organizados saíram às ruas para combater as iniciativas do governo ilegítimo de Michel Temer de desmonte de políticas públicas e direitos. Os trabalhadores da Seguridade Social e lideranças sindicais ligados à CNTSS/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social disseram sim à convocatória da CUT Nacional e participaram ativamente dos atos em seus Estados.
Em São Paulo a manifestação tomou conta da tarde da sexta-feira na avenida Paulista, o coração do poder financeiro da Capital. Precedendo às falas do “Dia Nacional de Mobilização”, os professores do estado de São Paulo realizaram uma assembleia e reiteraram a decisão de greve geral. Caravanas de várias cidades acataram o chamamento da APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo e fizeram prevalecer o direito à greve. No momento do ato, a partir das 16 horas, a avenida Paulista já estava tomada por trabalhadores de várias categorias, movimentos sociais e por cidadãos cansados dos desmandos do governo golpista. Estima-se que cerca de 70 mil pessoas participaram de todo o ato.
As falas, que tiveram início na avenida Paulista, foram sendo realizadas durante todo o percurso que levou os manifestantes pela avenida Consolação até a Praça da República, no centro da cidade. O presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, saudou os manifestantes pela disposição de lutar e destacou que os trabalhadores não vão se calar frente as ameaças e intimações feitas pelos representantes deste governo ilegítimo. Vagner destacou que estamos em uma democracia e ninguém pode impedir os trabalhadores de se manifestarem. O movimento é legítimo por querer resgatar a democracia e por lutar pela manutenção de direitos.
Os atos do dia 31 fecharam um ciclo de reação e resistência intensificado com as manifestações realizadas nos dias 08 e 15 de março, respectivamente o “Dia Internacional da Mulher” e o “Dia de Paralisação e Mobilização”. Neste último, foram mais de 1 milhão de pessoas em todo o país demonstrando seu descontentamento contra as reformas da Previdência e Trabalhista e o projeto de terceirização. Foi, sem dúvida, um mês de março de muita luta que fez com que acendessem as luzes amarelas na antessala da presidência da República e também nos gabinetes de parlamentares que apoiam o golpe contra a democracia e os trabalhadores.
As entidades filiadas à Confederação têm atuado junto às suas bases e à sociedade em seus Estados para denunciarem o desmonte nas políticas de Previdência Social e na legislação trabalhista pretendidas com as reformas de Temer, além de seu projeto de terceirização. São medidas que destroem as conquistas obtidas a partir de décadas de lutas. A criação de agendas específicas e a ocupação de espaços sociais e institucionais para disseminação das bandeiras da Confederação e da CUT Nacional tem demonstrado resultados positivos. A próxima batalha a ser defendida agora é a greve geral de 28 de abril.
É grande a expectativa da CUT e demais Centrais Sindicais com esta data. Para tanto, uma agenda permanente de atividades manterá a mobilização dos trabalhadores e movimentos sociais organizados neste mês que está sendo chamado de “abril vermelho”. O golpe que o governo sentiu a partir das grandes manifestações de rua fez com que Temer apressasse a sanção do PL 4302/98 que legaliza a terceirização de forma generalizada e irrestrita. Agora foi escancarada a porta para a terceirização sem limites e sem qualquer tipo de proteção aos trabalhadores. Mas os trabalhadores vão intensificar a luta contra estas medidas predatórias.
Em nota divulgada ainda no dia 31 de março, o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, mandou um recado para o presidente informando que a sociedade não vai aceitar seus desmandos. “O ilegítimo Michel Temer está muito enganado quando pensa que pode jogar no lixo o futuro da classe trabalhadora e do país. Ele, na verdade, só está jogando o Brasil numa profunda instabilidade jurídica, pois os trabalhadores e trabalhadoras não aceitarão jamais esse roubo de direitos e vão lutar sem temor até derrubar essa lei espúria. A CUT conclama todos os brasileiros e brasileiras, do campo e da cidade, do setor privado e do setor público a construir a Greve Geral do dia 28: em abril vamos parar o Brasil! ”, sentencia Freitas.
CUT